Preocupada com o bem-estar das advogadas que compõem o corpo da AGU, a Comissão da Mulher da Anafe, aplicou questionário com a intenção de saber o que as advogadas sentem dentro do órgão e se teriam sugestões de ações. O relatório com as respostas, análises e sugestões feitas pela comissão está disponível aqui.
Das respostas, observou-se que 54,55% das advogadas responderam já ter ouvido comentários pejorativos em razão do gênero; 44% das advogadas, no exercício do cargo, vivenciaram reações negativas por parte de outros profissionais (servidores, juízes, membros do MP) exclusivamente pelo fato de serem mulheres; 68% das advogadas já ouviram comentários pejorativos a respeito de emoções, foram interrompidas ou silenciadas em reuniões por colegas homens, tiveram que pedir silêncio para serem ouvidas e, o mais grave, sofreram algum grau de assédio sexual ou moral em razão exclusivamente do gênero. Nenhuma formalizou denúncia, o que demonstra a ausência de um canal ou protocolo sólido para receber as denúncias dentro da AGU.
Ademais, alguns dados apontaram que a maternidade carrega preconceitos e forma obstáculos, ainda que invisíveis, para muitas. Quase metade das advogadas públicas responderam que já sofreram algum tipo de preconceito na carreira por ter filhos, por ter que sair mais cedo para buscar na escola ou por faltar ao trabalho (45,98%).
Outro dado relevante foi que 51,02% das advogadas disseram já ter perdido oportunidades de participar de trabalhos estratégicos, dar palestras, ascender profissionalmente ou mesmo de assumir cargo de liderança por ser mulher/mãe.
O relatório termina com a indicação de temas que precisariam receber mais atenção para se proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para as advogadas.