A convite da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (ANAFE), o representante debateu sobre a diversidade e a democracia e defendeu a estabilidade para uma sociedade plural.
Em evento realizado pela Comissão de Diversidade da ANAFE nesta quarta-feira (20), o senador Fabiano Contarato (Rede/ES) debateu sobre a diversidade e a democracia. Contarato foi o candidato mais votado para o senado já no seu primeiro pleito e atua intensamente como ativista humanitário, encampando, entre outras pautas, a luta contra homofobia. Recentemente, o senador rebateu e denunciou, numa sessão da CPI da Covid os ataques homofóbicos que havia sofrido. Seu discurso pela diversidade foi amplamente exaltado.
“Naquele momento senti a necessidade de falar, mas tinha que entender que o direito coletivo se sobrepõe a qualquer pseudodireito individual. A minha fala gerou reação e pedido de perdão, mas o perdão precisa ter legitimidade com mudança”. O senador informou que dois dias depois do ocorrido houve uma reunião de líderes em que fez a cobrança de que todos os direitos da população LGBTQIA+ que tinham sido reconhecidos pelo Judiciário fossem pautados pelo Congresso Nacional.
Na ocasião, o representante falou sobre como sua orientação sexual teve influência na vida pública e sobre o preconceito voltado para a comunidade LGBTQIA+. “Escolhi duas profissões extremamente preconceituosas, ser delegado de polícia e professor de Direito Penal. O conflito sexual se vem pela sociedade preconceituosa. Temos isto estruturado no Brasil”, afirmou.
Fabiano refletiu sobre a presença das diferenças em cargos públicos: “O congresso nacional está longe de representar a população. Somos homens, brancos, ricos e engravatados decidindo a vida de milhões de pobres”, ponderou.
Ao ser questionado sobre a Reforma Administrativa, Contarato se referiu às propostas como uma “criminalização do servidor público” e reforçou a importância da estabilidade na promoção de uma sociedade plural. “Perder a estabilidade é ter um menor número de professores em sala de aula, de policiais, advogados, promotores, juízes. Não podemos cair nessa armadinha para beneficiar apenas uma camada política”, alertou.
Ao final de sua fala, o parlamentar emocionou o público ao declamar a poesia “O Tempo”, de Mário Quintana. A conversa foi mediada pela Diretora de Assuntos Institucionais da ANAFE, Patrícia Rossato, e pelo integrante da Comissão de Diversidade, Daniel Rodriguez.
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