Por: Ricardo Marques de Almeida
A maioria dos brasileiros não sabe, mas o Brasil não ficou independente apenas em 7 de setembro. Pará, Maranhão, Piauí e Bahia permaneceram colônias. Todos foram rapidamente conquistados, exceto a Bahia, província sede da primeira capital e de forte presença do sistema colonial repressor português. Enfrentamos uma guerra em que cidade por cidade do Recôncavo Baiano foi conquistada pelo exército brasileiro. Salvador já foi palco de outras revoltas e conquistas, como a Conjuração Baiana e a Revolta dos Malês, guerra instaurada por pretos islâmicos que tomaram Salvador para implantar uma república negra nos moldes do Haiti. Salvador é resistência, é o começo do Brasil independente com sonho de igualdade racial, feminista e iluminista. Bahia progressista!
A segunda capital federal, o Rio de Janeiro, nos reverencia ao colocar os nomes das suas ruas de Ipanema com os heróis da independência baiana. Data pouco conhecida pelos brasileiros, com cores da igualdade de uma América. A guerra marca um povo e seu sentimento de pertencimento ao território. O Presidente da República e o Congresso nos prestigiam. Hoje é o cortejo nas ruas com a vibrante população com a bandeira tricolor até a Praça do Campo Grande, Praça do 2 de Julho. Dia de orgulho nacional. Bahia, berço do Brasil democrático. Parabéns a todos os conterrâneos que lutaram pela opção que fizemos de Nação: o Brasil! Hoje nossa bandeira é tricolor!
Texto de autoria do Procurador Federal associado à ANAFE e membro da Comissão de Advocacia Pública da OAB/BA Ricardo Marques de Almeida.