Dando prosseguimento à programação da ANAFE em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, as associadas e os associados contaram com a palestra exclusiva da jornalista Leila Ferreira nessa segunda-feira (8). Ela destacou a importância de levar a vida de uma forma mais leve e os desafios enfrentados pela mulher moderna, principalmente, durante a pandemia.
Segundo Leila, o que mais aproxima os seres humanos da felicidade é a qualidade de seus relacionamentos. “Vive bem quem convive bem. A vida é a soma dos nossos relacionamentos e, nesse sentido, a questão do respeito é muito importante. Devemos nos atentar para sermos gentis para as pessoas que convivem conosco também, sermos leves. Essa leveza não é alienada, pois a vida é barra pesada, mas temos que ficar atentos para não fabricarmos um peso adicional dentro de nós, criando questões que vão além dos problemas que já temos no cotidiano.”
Outro ponto citado pela jornalista foi a “compulsão pelo fazer”, que a humanidade vive hoje. De acordo com ela, o ser humano acha que tem que sempre estar fazendo algo, fazendo grandes coisas. Neste aspecto, ela ressaltou que as mulheres, principalmente durante a pandemia, ficaram extremamente sobrecarregadas.
“A mulher tem o papel importante nesta reflexão. Somos historicamente cuidadoras e, diante de um cenário de pandemia, onde se acumulam afazeres domésticos com jornadas de trabalho, ficamos exaustas. Por este motivo, precisamos conversar mais e falar das nossas angústias, para que, conversando, não venhamos a adoecer. Devemos escrever roteiros mais interessantes para nossa vida, conversar mais e nos recalibrar”, lembrou Leila.
Além disso, falou que a mudança que queremos para o mundo depende de pequenos gestos. “As pessoas gostam muito das grandes causas, mas cada interação nossa é uma chance de praticarmos a ética e a gentileza. Podemos começar “no varejo” da decência e da bondade, que já estaremos fazendo diferença no mundo. Precisamos parar para pensar, nem que sejam três minutos. Precisamos questionar que vida estamos levando e que vida devemos ter. Que espécie de ser humano eu quero e posso ser? O grande desafio do ser humano é tentar ser pessoas melhores. Isso deve ser feito prestando atenção nos pequenos passos. Temos tantas chances de ajudar e acolher uns aos outros todos dias. Vamos aproveitar”, ressaltou.
Por fim, ela falou da importância da esperança. “Millôr Fernandes disse que a esperança tem que ter a audácia do desespero. Quando estamos desesperados, fazemos coisas corajosas. Já a esperança é meio acomodada. Por isso, precisamos de uma esperança audaciosa para acreditar que damos conta de sermos pessoas melhores e para que possamos fazer um mundo melhor, partindo de nossas atitudes”, finalizou.
LEILA FERREIRA
Formada em Letras e Jornalismo, com mestrado em Comunicação pela Universidade de Londres. Foi repórter da Rede Globo Minas por cinco anos e durante 10 anos apresentou o programa “Leila Entrevista” Ex-colaboradora da revista Marie Claire e do jornal Estado de Minas, é autora dos livros “Viver não dói”, “A arte de ser leve”, “Mulheres: por que será que elas?” e “Leila Entrevista: bastidores”. Há dez anos atua como palestrante.