Em entrevista ao Café com Política, o senador levantou questões na área de saúde, educação e segurança do Distrito Federal.
Em tempos de crise intensificada pela pandemia, o Distrito Federal necessita de atenção em áreas cruciais como saúde, educação, segurança e bem-estar da população. Na última segunda-feira (16), o Café com Política, projeto desenvolvido pelo Sindilegis, Sindjus e ANAFE, recebeu Izalci Lucas (PSDB/DF), candidato ao governo do DF, para discutir propostas para os próximos anos.
Antes da entrevista, a Vice-Presidente da ANAFE, Luciana Hoff, agradeceu a disponibilidade do candidato e apresentou pautas da Entidade. A jornalista e servidora do Senado Federal, Erica Ceolin, foi quem conduziu o bate-papo com o senador que defende uma política pública de estado com investimento em ciência, tecnologia e inovação para aprimorar serviços essenciais.
Ao ser questionado pelo motivo que o levou à candidatura, Izalci afirmou o desejo de resgatar Brasília como capital da esperança e das oportunidades. “Quero cuidar das pessoas e isso significa investir em políticas públicas que promovam atendimento médico quando procuram, gerar empregos e promover educação de qualidade para melhorar toda a sociedade”, afirmou. Segundo o candidato, não há investimentos nas vocações do DF, que são o turismo cívico, rural, a agricultura familiar, tecnologia, realização de eventos, entre outras.
Um dos planos do senador é criar um ambiente favorável para que pequenas e grandes empresas se instalem no DF e movimentem a economia, gerando melhorias e serviços para toda a população. “Vamos levantar o potencial de cada região, ouvir as pessoas, estudar características e descentralizar para que cada RA tenha sua autonomia”, ressaltou.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Entre 2004 e 2006, enquanto Secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Izalci viabilizou o Parque Tecnológico Capital Digital, atraindo empresas, gerando emprego e renda. O tema continuará sendo um dos mais explorados em seu governo, já que, para ele, a solução para acabar com as filas de espera para procedimentos de saúde, por exemplo, envolve tecnologia. “O Brasil investe pouco nisso. No sistema de saúde não há controle nem transparência, precisamos acabar com as filas de cirurgias e de tratamentos, além de garantir procedimentos. E é possível ter mais controle sobre essas questões com tecnologias, informatizando e tornando todo o processo mais prático e rápido”, ressaltou.
PANDEMIA E SISTEMA DE SAÚDE
A necessidade de um Brasil com planos de melhorias definidos não é uma demanda nova.
Na visão do senador, a indústria vem tendo cada vez menos participação no PIB brasileiro – hoje representa 22% do indicador – o que é uma constatação negativa em termos de desenvolvimento econômico e social. “A pandemia trouxe avanços tecnológicos, mas deixou problemas que precisam de atenção, como servidores da saúde com dificuldades psicológicas, além do enfrentamento de problemas graves como falta de insumos para realizar procedimentos, desde os mais básicos aos mais complexos”, analisou.
SEGURANÇA E EDUCAÇÃO
O senador considera que a diminuição de crimes também tem a ver com melhorias na educação. “Precisamos implementar educação integral em tempo integral, com a inclusão de tecnologia, esporte, música, educação profissional. Gerar melhorias na segurança do DF não é apenas um trabalho feito para a polícia e para os servidores. Segurança também inclui gerar emprego para a juventude, investir em programas sociais e em oportunidades para os jovens e suas famílias”, avaliou.
PEC 32/2020
A Proposta de Emenda à Constituição pelo Poder Executivo que altera regras sobre servidores públicos e sobre a Administração Pública também foi tema da discussão.
Há quem defenda a necessidade da reforma, mas, para o senador Izalci Lucas significaria um “desmonte do estado”, já que modifica questões importantes para o funcionamento do país, como a possibilidade de desligamento de servidores públicos, além de redução de jornada e salário.
Segundo o candidato, o servidor de carreira precisa ser respeitado, valorizado e ter melhores condições de trabalho. “Não temos política pública de estado sem o servidor de carreira, por isso precisamos ter planos de carreira compatíveis. Sou favorável à estabilidade, para que o funcionário seja valorizado em função do desempenho, com investimentos em saúde mental para”, avaliou.
O evento contou com transmissão ao vivo e pode ser acompanhado pelo YouTube das três entidades organizadoras. Para as próximos discussões estão convidados o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a senadora Leila Barros (PDT), o deputado distrital Leandro Grass (PV) e o ex-governador Paulo Octávio (PSD). As datas serão divulgadas posteriormente.