A ANAFE, por meio da ANAFE Mulheres, realizou nesta terça-feira (09) uma roda de conversa sobre violências contra a mulher no trabalho e no ambiente doméstico, com foco no assédio e nos mecanismos de proteção. O encontro, na sede da Associação, reuniu especialistas, entidades parceiras e representantes da Advocacia Pública Federal.
O tema ganha ainda mais relevância diante do cenário nacional: segundo o CNJ, uma mulher é assassinada a cada 44 minutos no Brasil. Entre janeiro e outubro, foram registrados 9.988 feminicídios e mais de 920 mil casos de violência doméstica.
“Como mulheres, precisamos nos fortalecer”
A Coordenadora da Comissão Temática das Mulheres da ANAFE, Simone Ambrósio, abriu o debate destacando a parceria com a UBM/DF e a necessidade de ampliar espaços de apoio e informação: “Este debate é essencial para enfrentar uma das faces mais presentes da violência: o assédio.”
Falta de protocolos é desafio central
A Presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM/DF), Maria das Neves Filha, defendeu a criação de diretrizes claras nas instituições públicas e privadas: “Não temos protocolos específicos. Nosso objetivo é construir um protocolo nacional.”
Dados alarmantes e o papel dos homens
A Procuradora Federal Dalva de Oliveira e Silva apresentou estudos que mostram que quase 100% das vítimas de assédio em ambientes acadêmicos são mulheres. Ela reforçou a necessidade da participação masculina na prevenção e citou iniciativas da AGU voltadas ao enfrentamento ao assédio.
Mais denúncias, não mais violência
A Diretora de Mulheres da OAB/DF, Nildete Santana, destacou que a sociedade ainda naturaliza práticas machistas, mas ressaltou que a maior visibilidade das denúncias tem impulsionado mudanças: “Não acredito no aumento da violência, e sim no aumento das denúncias.”
Institucionalidade como resposta
A Vice-Presidente da Associação das Mulheres Defensoras Públicas, Clarice Binda, explicou que a entidade surgiu justamente para enfrentar padrões recorrentes de violência nas defensorias e avançar em políticas de proteção e equidade.
Corregedoria da AGU adota abordagem mais humanizada
A Advogada da União Micheline Forte afirmou que a Corregedoria tem atuado com foco no acolhimento das vítimas: “Não aceitamos assediador. Ouvir o colega é o mais importante.”
Redes fortalecidas para transformar realidades
A Diretora da frente anti-violência da União Brasileira de Mulheres (UBM), Uiara Paulista Braúna, celebrou as articulações entre entidades e defendeu que o avanço depende da união entre mulheres. A Representante da ANAFE no DF, Renata Girão, reforçou a importância de ações cotidianas dentro das instituições.
A roda de conversa reafirmou a necessidade de ambientes profissionais seguros, políticas claras e atuação conjunta para prevenir e enfrentar a violência. Para a ANAFE Mulheres, ampliar o diálogo e fortalecer redes de apoio são passos essenciais na proteção das mulheres da Advocacia Pública Federal e da sociedade.




















