Em entrevista ao Café com Política, a candidata se posicionou contra a Reforma Administrativa e aposta na cultura popular para fomentar o turismo no DF
A fome é uma das situações críticas no Distrito Federal. Segundo estudo da Vigisan divulgado este ano, mais de 350 mil pessoas estão em situação grave de segurança alimentar no DF. O enfrentamento à fome e a responsabilidade com a Assistência Social são duas pautas prioritárias da candidata Keka Bagno, que esteve no Café com Política, dessa segunda-feira (20) para discutir propostas de governo. O projeto é desenvolvido pelo Sindilegis, Sindjus e ANAFE.
Antes da conversa, transmitida ao vivo pela TV ANAFE e demais entidades, a Vice-presidente da ANAFE, Luciana Hoff, e os membros da Comissão da Mulher, Herta Rani e Osíris Vargas Pellanda participaram do café da manhã com o postulante e entregaram o material da Comissão com propostas de governo em prol da igualdade entre homens e mulheres. Clique aqui para conferir o documento.
Se eleita, Keka Bagno pretende criar um programa de renda básica permanente para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, além de investir no diálogo e integração entre secretarias e parcerias com setores de serviço para facilitar que as pessoas sejam inseridas no mercado de trabalho, diminuindo as atuais taxas de desemprego. “Trazemos uma política em defesa da criança e do adolescente, das mulheres e contra o racismo. Vivemos uma situação de abandono e caos no DF, é um adoecimento de saúde mental coletivo, porque temos insegurança em viver. Sem uma política pautada na justiça social, não há avanços”, pontuou.
A candidata firmou posicionamento contrário à proposta das escolas militarizadas, pois acredita não ser um plano de educação pedagógica e sim um estímulo ao acirramento entre a Polícia Militar e a comunidade. “Precisamos revogá-las urgentemente e investir numa gestão pautada pela Secretaria de Educação, priorizando uma educação inclusiva e para a vida”, disse. Além disso, pretende ainda extinguir o IGES-DF, repassando os recursos para a atenção primária que, segundo ela, precisa ser valorizada para que haja diminuição dos problemas na Saúde.
A candidata é contra a atual Reforma Administrativa, pois acredita que a proposta tira a autonomia dos trabalhadores, traz uma lógica de privatização para dentro do funcionalismo e impacta a vida das pessoas aposentadas. “É um verdadeiro retrocesso. Precisamos pensar em uma Reforma pautada na inovação, na tecnologia e no amplo diálogo com os servidores, assim haverá mais ganhos. Toda a população ganha com a valorização do servidor”, pontuou a candidata que pretende ainda revogar o Teto de Gastos.
Reabrir o Teatro Nacional, investir no carnaval do DF e descentralizar a cultura são algumas das propostas do seu plano de governo. “A capital Federal precisa ser exemplo de coisas boas e podemos fomentar o turismo e girar a economia por meio da cultura popular”, ressaltou
Keka Bagno tem 34 anos, é assistente social, conselheira tutelar e mestre em políticas públicas pela Universidade de Brasília (UnB). Dedicada aos movimentos sociais, atuou em trabalhos voltados para crianças e adolescentes em situação de rua e exploração sexual, ainda na universidade, e defende os direitos das mulheres, da população negra e das crianças e adolescentes.