No discurso, Brandi afirmou que a AGU ainda é uma instituição sem independência, o que, para ele, gera concentração de poder na figura do Advogado-Geral da União. "Às vezes é necessário que o advogado público tenha esta independência para denunciar ilegalidades e alertar o governante que determinados caminhos ele não pode seguir", completou.
Ao final do discurso, Dimitri Brandi ressaltou que a estrutura de trabalho dos advogados públicos é ruim, "tanto a parte física, como a de pessoal, carreira de apoio, equipamentos, técnicos". O debatedor pediu atenção para a remuneração dos advogados públicos e assegurou que esta defasagem gera prejuízo para os cofres públicos e deve ser vista como problema de Estado.
"É muito comum a maioria dos candidatos aprovados em concursos públicos para entrar na AGU não tomarem posse, ou quando tomam posse passam em outros concursos. Este problema da remuneração tem que ser visto como algo que causa prejuízo para os cofres públicos, com gastos excessivos em treinamento e capacitação".
Também esteve presente na oficina o advogado público federal, filiado à UNAFE, César Kirsch que pontuou a atuação internacional da AGU. Kirsch atentou para a necessidade de revisão da atual lei orgânica e ressaltou que os advogados públicos precisam de mais prerrogativas.
Em seguida, o advogado público federal, filiado à UNAFE, Joédi Barboza Guimarães ponderou que os advogados públicos precisam agir de forma mais independente e devem criticar ordens ilegais.
"A União manifesta sua vontade não é por meio do presidente da República, não é por meio dos ministros dos Estados, não é por meio dos DAS que estão dentro da própria AGU. A União manifesta sua vontade pela Lei. A vinculação do membro da Advocacia-Geral da União é com a Lei, então, todo ato administrativo que contraria a lei ele não tem que ser defendido pelo membro da AGU", ressaltou.
A oficina terminou com a aprovação da moção de apoio ao encaminhamento imediato do projeto de nova lei orgânica da AGU. Os advogados públicos presentes durante a oficina assinaram também Carta de Apoio, produzida pela UNAFE, ao encaminhamento da Lei Orgânica.