A própria posse de Gilmar Mendes, um evento de grande repercussão política e social, acabou se tornando um testemunho vivo da vitalidade do sistema democrático brasileiro. Diante de uma platéia de 3.600 convidados, desfilaram integrantes da cúpula dos três poderes e representantes de todas as linhas de pensamento e de tendências políticas.
A cerimônia contou com a presença ilustre de três ex-presidentes: José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, responsável pela nomeação para o Supremo do novo presidente, além do atual titular do posto, Luiz Inácio Lula da Silva, e de pelo menos dois possíveis candidatos a futuro presidente: José Serra e Aécio Neves.
Presentes também o presidente do Senado, Garibaldi Alves, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia e os governadores José Serra (São Paulo), Aécio Neves (Minas Gerais), Blairo Maggi (Mato Grosso), Alcides Rodrigues (Goiás) e José Roberto Arruda (Distrito Federal). Ex-ministros do Supremo, como Sepúlveda Pertence e Francisco Rezek, também ocuparam lugar no plenário.
Políticos de todas as matizes ideológicas apareceram como os senadores Aloizio Mercadante (PT) e Agripino Maia (DEM). Finda a cerimônia, a ministra do Turismo Marta Suplicy e o governador de São Paulo José Serra, expoentes das forças adversas do PT e do PSDB, deixaram o plenário lado a lado em animada conversa. Ponto para a democracia.
Os dois personagens mais visados no plenário da festa foram Pelé e Lula. Pelé, amigo pessoal do novo presidente do tribunal, era solicitado para autógrafos e para posar para fotografias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu recados pouco amistosos de cada orador que fez uso da palavra.
A sessão começou às 16h30 com a chegada do presidente Lula recebido pela ex-presidente Ellen Gracie, e pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. Gilmar dirigirá o Supremo pelo biênio 2008-2010. Como vice-presidente, assume o ministro Cezar Peluso.
O ministro Celso de Mello, que falou em nome da casa, acusou o Poder Público de menosprezar a Constituição: "O fato inquestionável é um só: a inércia estatal em tornar efetivas as imposições constitucionais traduz inaceitável gesto de desprezo pela Constituição e configura comportamento que revela um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição da República".
O presidente da OAB, Cézar Britto, foi o mais enfático em distribuir críticas ao representante do Poder Executivo: criticou o excesso de Medidas Provisórias, o calote público aplicado pelos precatórios, o abuso da polícia no uso de interceptações telefônicas e citou até a existência de um genérico "Estado Policial".
Por fim, o próprio homenageado, Gilmar Mendes, cobrou mais firmeza do governo para conter movimento sociais que agem nos limites da legalidade. Lula observou fielmente o protocolo e ouviu tudo em silêncio. Na véspera o presidente já fizera uma homenagem a Ellen Gracie, a presidente que deixava o cargo. Não compareceram quatro ministros do Supremo: Joaquim Barbosa, Carlos Britto, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Como no plenário do Supremo cabem apenas 376 pessoas, foram instalados nove telões na sede do tribunal, incluindo ”.” . $! 2009-10-09 15:19:00 “.”1 !