Com a presença das colegas, dos dirigentes do Forum, do representante da UNAFE e do presidente em exercício da OAB, teceu-se um histórico sobre as razões do movimento e a respeito da expectativa da categoria quanto ao cumprimento integral do acordo. Registrou-se que não havia sido dito por ocasião da assinatura do acordo que sua efetivação dependesse da prorrogação da CPMF, o que não foi negado pelo representante do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva.
Duvanier afirmou que o Governo Federal reconhece a greve como o exercício de um direito, mas entende a sua deflagração como um conflito aberto, o que dificultaria o entendimento e a construção de um ambiente propício à negociação. Afirmou que enquanto não fosse suspenso o movimento não seria apresentada qualquer proposta pelo Governo. A contradição foi sinalizada pelo representante da OAB, que disse que a negativa à negociação representava o não-reconhecimento do direito de greve.
Questionado pelo Diretor-Geral da UNAFE quanto à Medida Provisória que deveria ser publicada na próxima semana contemplando diversas categorias, o Secretário de Recursos Humanos afirmou que a referida MP versa somente sobre as categorias que aceitaram repactuar seus acordos com o Governo. O representante da UNAFE alertou que a publicação de Medida Provisória que não contemple a advocacia pública federal pode acirrar os ânimos da categoria. Duvanier afirmou então que a intenção do Governo é resolver as pendências com todas as categorias até a próxima semana, inclusive com a advocacia pública.
Ao final, foi registrado que a categoria insiste no cumprimento integral do acordo, ao menos com a diluição dos atrasados ao longo de 2008, e que será rejeitada peremptoriamente qualquer proposta com retorno dos padrões ou criação de mais uma categoria. Duvanier afirmou que aquilo não foi dito nesta mesa, mas que não significa que esteja fora de cogitação. Disse também que a suspensão da greve seria um gesto político "bem vindo", marcando nova reunião para a próxima terça-feira, para poder "avançar na negociação".
Por fim, houve a proposta de que se considerasse a possibilidade de o Governo abrir de forma concreta a negociação, com balizamentos e prazos bem estabelecidos, para que se submetesse à base a possibilidade de se suspender temporariamente a greve, visando à conclusão das negociações, hipótese que o representante do MPOG disse que iria considerar.