No primeiro dia de protesto, os grevistas soltaram fogos de artifício em frente ao Ministério do Planejamento e, ainda pela manhã, se reuniram na Praça dos Três Poderes — apoiados por servidores do Banco Central (BC). As entidades que coordenaram o ato estimam que a adesão inicial foi de 50%. De acordo com sindicatos e associações, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais tiveram participação maciça.
Em nota, a AGU condenou a greve. “A AGU entrará na Justiça para pedir a declaração de ilegalidade do movimento, bem como requerer a aplicação de multa diária e a responsabilização das entidades por eventuais danos que a paralisação possa trazer aos cofres públicos, como possíveis perdas de prazos processuais nas ações de interesse da União e de suas autarquias e fundações”, reforçou o comunicado. Assinada pelo advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, a nota informa ainda que, em virtude da paralisação, será solicitada à Justiça a suspensão dos prazos de defesa da União. “Reitera-se que a AGU e o governo jamais deixaram de manter o diálogo com os advogados públicos”, finalizou o ministro.
Apesar das ameaças, a categoriam mantêm a disposição de não voltar ao trabalho enquanto o governo não editar a medida provisória com a previsão de aumento salarial. Em todo país, existem 11 mil advogados públicos , entre ativos e inativos. O salário em início de carreira é de cerca de R$ 10 mil. Danilo Ribeiro Miranda, coordenador-geral da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), conclamou outras categorias que também assinaram acordos salariais com o governo no ano passado a parar. “Se isso não for feito por todas as categorias agora, não adiantará depois. O Orçamento (da União para 2008) ainda não está fechado”, disse o representante.
Ainda que a paralisação ganhe força na próxima semana, há um compromisso das lideranças sindicais em manter pelo menos 30% da força de trabalho em atividade, o que não significa que todos os serviços estarão disponíveis à população. Devido ao fim da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governo avalia se concederá todos os reajustes salariais ao funcionalismo prometidos em 2007. Auditores da Receita Federal, servidores do BC, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) ameaçam cruzar os braços.
João Carlos Souto, presidente do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal, afirmou que a greve poderia ter sido evitada se o governo tivesse cumprido o que acordou com as categorias. De acordo com ele, a adesão tende a aumentar na próxima semana, inclusive nos estados. “Quem nos levou à greve foi o governo. E pior: por pura insensibilidade”, completou. Souto disse que as entidades continuam dispostas a conversar.
Hoje, outras categorias que esperavam receber reajuste salarial em 2008 têm reuniões marcadas com técnicos do Ministério do Planejamento. Na próxima quarta-feira, será a vez da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa grande parte dos servidores do Executivo, se reunir com o governo. A entidade já avisou que, se ho ! 2008-01-18 04:28:00.000 ! 471