Na reunião, o representante da UNAFE registrou a pouca identificação entre a OAB e os Advogados Públicos, dado o caráter iminentemente privatista da instituição, o que se evidenciava por alguma posições recentes adotadas pela OAB, como o apoio ao projeto de lei que acaba com a intimação pessoal. Ressaltou-se também a relevância constitucional dada à Advocacia Pública, e que ela não poderia ser tratada apenas como "apêndice" da advocacia privada, e que o grande número de advogados privados na OAB jamais asseguraria a igualdade de condições entre a advocacia pública e a advocacia privada.
Criticou-se em especial o tom ameaçador do ofício, mencionando-se a existência de entendimento jurisprudencial segundo o qual os Advogados Públicos não precisam estar inscritos na OAB. E que, não obstante, nosso objetivo não era promover o rompimento com a OAB, embora a questão tenha sido novamente sucitada por diversos Advogados Públicos Federais após os ofícios encaminhados pela OAB-PR.
Em resposta, a Secretária-Geral se desculpou pelo teor do ofício, afirmando que foi utilizado um modelo padrão da secretaria, e que esse modelo já foi alterado, comprometendo a desculpar-se através de novo ofício com os procuradores notificados. Disse também estar sensível às observações feitas, posto que também é advogada pública (procuradora do estado), e que entende que a OAB vem avançando no tratamento dispensado à advocacia pública. No entanto, considera que o caminho é longo e que implica na mudança de um paradigma, posto que a entidade foi criada por e para advogados privados.
Ao final, a representante da OAB/PR disse que a OAB insistirá em buscar a regularização da inscrição de todos que exercem a advocacia (pública ou privada) no estado, chamando-os a tentar resolver a questão de forma menos traumática para ambas as partes.