O presidente do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal, João Carlos Souto, informou que a manifestação acontece em todo país “em razão da insensibilidade da área econômica e técnica do governo”. Segundo ele, os advogados públicos poderão entrar em greve caso a Medida Provisória que reestrutura a remuneração da Polícia Federal não inclua a reivindicação dos advogados públicos.
De acordo com João Souto, apesar da Constituição Federal estabelecer a paridade remuneratória entre as funções essências à Justiça, esse direito ainda não foi conquistado pela AGU. "Por isso, a instituição perde profissionais para outras carreiras, o que afeta a defesa do Estado em juízo e a defesa do patrimônio da sociedade. A AGU, a PGFN e a PGF acabam ficando inclusive sem memória, porque os colegas migram para as carreiras que estão oferecendo melhores condições remuneratórias e estruturais”, lamentou.
Souto disse ainda que a paralisação vai atrapalhar o trabalho de contencioso e consultoria jurídica prestado pelos advogados públicos. “Não sei em que escala, mas com certeza vai atrapalhar”, garantiu.
O secretário-geral de Consultoria da AGU e substituto do advogado-geral da União, Evandro Costa Gama, disse que “a greve atrapalha o desenvolvimento do trabalho, principalmente em ações importantes como as do Programa de Aceleração do Crescimento”. Evandro informou que a direção da AGU trabalha para manter o funcionamento mínimo das atividades da instituição.