Chinaglia venceu a disputa com Aldo, no 2º turno, por 261 a 243, uma diferença apertada de 18 votos. Isto demonstra claramente o racha na base aliada. No 1º turno, o candidato petista obteve 236 votos, o comunista 175 e o tucano 98 sufrágios.
Ao ser empossado, Chinaglia fez um discurso conciliador e pediu ajuda aos seus pares “para errar o menos possível”.
A vitória apertada do petista no 2º turno acena para dificuldades na base aliada que só o presidente Lula poderá superar. Agora, é preciso conter o apetite petista, pois o hegemonismo do partido do Presidente é fator gerador de crises. Como o PT quer tudo, o que sobra para os aliados? Isso gera para os demais partidos que compõem a coalizão uma permanente desconfiança.
Antes da eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, Lula pediu ao PT que lhe apresentasse uma “lista factível” de cargos que o partido deseja ocupar. Por esse prazo, Lula sinaliza que deseja encerrar a reforma ministerial até o final de fevereiro.
Conseqüências
A vitória de Chinaglia recoloca o PT na grande política novamente. No posto, o partido poderá ser o condutor do resgate da imagem da Câmara, chamuscada com as permanentes denúncias de corrupção e desvios de conduta por parte de muitos dos seus representantes. Este é um fator positivo na eleição do petista.
Negativamente, pesa contra o PT a vocação hegemonista, o que gera entre os aliados sempre a temeridade de que essa supremacia vai solapar a coalizão e produzir crises desnecessárias à boa condução do Governo e do Parlamento. A candidatura de Aldo e a formação do bloco extra-PT demonstram que esses aliados não mais terão alinhamentos automáticos.
Senado Federal
Na Casa, diferentemente da Câmara, a eleição foi tranqüila com a recondução de Renan Calheiros (PMDB/AL) para o comando do Senado por mais dois anos, 2007-2008. A expressiva vitória do atual Presidente demonstra coesão da base e a maturidade dos atores políticos. O placar foi 51 votos contra 28 concedidos ao senador José Agripino (PFL/RN).
O acordo que permitiu esta tranqüila vitória também definiu quem vai ocupar as comissões permanentes da Casa. A divisão foi a seguinte:
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) continuará sendo presidida pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL/BA) e a Comissão de Relações Exteriores (CRE) terá como presidente o senador Heráclito Fortes (PFL/PI).
Ao PT coube a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que será exercida pelo senador Aloizio Mercadante (SP). Pelo PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) passa a presidir a Comissão de Educação (CE). O PMDB ficou com as presidências das Comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deve ser presidida pela senadora Patrícia Saboya (PSB/CE). O PSDB deve assumir a presidência da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), com o senador Marconi Perillo (PSDB/GO), e da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).