A programação organizada pelo Centro de Estudos da ANAFE em conjunto com as Diretorias de Assuntos Institucionais e de Integração Social em homenagem ao Dia Internacional da Mulher foi encerrada com chave de ouro, nessa segunda-feira (8). Ao final do dia, dirigentes da Associação receberam personalidades femininas em uma roda de conversa e realizaram a instauração da Comissão da Mulher da ANAFE.
Roda de conversa “Cabem quantas mulheres em uma? O que a pandemia nos ensinou
Pouco mais de um ano após o primeiro caso de Covid-19 no registrado País, as mulheres já enfrentaram diversos estágios em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Para debater o impacto dessas mudanças, foi realizada uma roda de conversa, que contou com as participações da Conselheira Federal da OAB e autora da Lei Julia Matos n.13.363/16 (que estabelece direitos e garantias para as advogadas Grávidas, lactantes e adotantes), Daniela Teixeira; da Juíza Federal e Coordenadora da Ajufe Mulheres, Tani Maria Wurster, e das dirigentes da ANAFE Fátima Mendes; Luciana Hoff; Maria Dionne Felipe; Patrícia Rossato e Vânia Faller.
Ao início do bate-papo online, a Diretora de Integração Social da ANAFE, Maria Dionne de Araújo Felipe, afirmou que a programação foi preparada com muito carinho. “Essa roda de conversa tem muita relação com esse último ano que vivemos, de distanciamento social devido à pandemia. Por isso, pensamos na temática e trouxemos duas convidadas muito especiais”
De acordo com ela, com a pandemia, as mulheres sofreram muita diferença de qualidade de vida. “Ficamos cansadas, estressadas e assoberbadas. Viemos para falar um pouco sobre isso, as dificuldades, as alternativas e o que aprendemos. Uma pesquisa recente revelou que mais de 70% das mulheres tiveram dificuldade com autocuidado, lazer, sono e isso traz modificações como um todo para as mulheres.”
Sobre a pergunta central do evento, a Diretora de Assuntos Parlamentares da ANAFE, Vânia Maria Bastos Faller, disse que a pandemia ensinou que todos são iguais. “A doença não escolheu uma classe para atingir. Aprendi, também, que devemos ser mais tolerantes. Passei a trabalhar até 12 horas por dia, mas só tenho a agradecer porque tenho um emprego. Gratidão por coisas simples até como o ar que respiramos”
A Diretora de Assuntos Institucionais da ANAFE, Patrícia Rossato Nunes, explicou que a Entidade tem buscado implementar ações voltadas à valorização da pauta feminina. “Resolvemos implementar várias coisas ao mesmo tempo e passamos por várias etapas como a fase de reconhecimento, do que era importante para nossas associadas e, agora, damos início a uma atuação concreta com objetivo de traçar políticas mais adequadas para a questão de gênero na associação.”
Exaltando a quantidade de iniciativas realizadas pela Associação em pouco tempo, a Diretora de Assuntos do Aposentado e Pensionista da ANAFE, Fátima Cristina da Silva Mendes, destacou que as ações envolvem muito empenho de todos. Em relação à temática, Fátima fez um relato sobre sua vivência nos últimos tempos. “O que a pandemia me trouxe foi uma realidade que eu ainda não estava desperta e passei a ver melhor, um movimento silencioso de sororidade e isso me trouxe um certo otimismo e crença na sociedade. A pandemia me ensinou a ter esperança na sociedade.”
Em seguida, a Juíza Federal e Coordenadora da Ajufe Mulheres, Tani Maria Wurster, apresentou um pequeno histórico sobre a criação de sua coordenação. “Nos reunimos de forma muito espontânea, era um grupo de WhatsApp, começamos a trocar ideias sobre mulheres no Judiciário e percebemos que as histórias se convergiam. A partir desse contato, constatamos que os problemas eram coletivos e precisavam sem tratados coletivamente. A partir de então, a comissão foi instituída em 2017, dando concretude a uma série de ações voltadas ao aperfeiçoamento institucional da Justiça Federal, especialmente no que toca às magistradas associadas.”
O mais recente eixo da Ajufe mulheres, segundo ela, é o debate dos estereótipos, que configuram obstáculos da mulher ao sistema Judiciário. Citando uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ela destacou que é possível notar que o percentual de participação feminina na magistratura ainda é baixo. Clique aqui para conferir.
Finalizando a roda de conversa, a Conselheira Federal da OAB e autora da Lei Julia Matos n.13.363/16, que estabelece direitos e garantias para as advogadas Grávidas, lactantes e adotantes, Daniela Teixeira, aproveitou para parabenizar todos pelo dia 7 de março e saudou as Advogadas Públicas, destacando a defesa realizada em prol da sociedade. “A Advocacia Pública Federal é uma advocacia de Estado e orgulha muito a OAB e o Brasil.”
Ela relatou que foi uma das primeiras pessoas do Distrito Federal a contrair Covid-19 e falou sobre a rotina e os desafios impostos pela pandemia. Segundo Daniela, o lado positivo foi de poder estar mais próxima de sua filha, apesar da saudade do contato físico com outras pessoas. Outro ponto apresentado por ela foi o cansaço, que fez com que muitas pessoas pedissem ajuda. “Estamos cansados e isso nos fez dar um grito de basta e pedir ajuda. Aprendemos a ter uma vida verdadeira. Antes, éramos proibidas de abordar temas domésticos e hoje não temos como ignorar as nossas vidas normais.”
COMISSÃO DA MULHER ANAFE
A Vice-Presidente da ANAFE, Luciana Hoff, afirmou que estava encantada com a fala de todas que abordaram aspectos como o lado humano, as dificuldades da mulher nos vários setores, a saúde mental e outros pontos tão importantes. “A pandemia nos mostrou que as lutas de antes continuam e agora estamos refletindo ainda mais sobre isso. Nós, mulheres, somos guerreiras, sempre nos adaptamos, somos extremamente versáteis e conseguimos tirar uma lição de tudo. São muitas mulheres dentro de uma só.”
Para finalizar a rica programação, Luciana divulgou a portaria de instauração da Comissão da Mulher da ANAFE. “Agradeço a participação de todos. Com muita felicidade e orgulho, recebi essa delegação. Contaremos com a colaboração de todos os integrantes”, disse.
Clique aqui para conferir a portaria.
Dionne Araújo agradeceu a todas. “Que a gente possa, cada vez mais, estarmos juntas, cuidarmos umas das outras, para construirmos esse caminho de generosidade e respeito.”
Clique aqui para assistir à integra.