Os diretores da UNAFE Gustavo Maia e Luis Carlos Palacios foram entrevistados na quinta-feira (21/07), pela equipe de reportagem do jornal Folha de São Paulo, para uma matéria que trata da promoção dentro das carreiras do funcionalismo público. Na matéria, publicada por aquele jornal no último domingo (24/07), tanto Luis Carlos Palacios, diretor-geral, quanto Gustavo Maia, diretor de Relações Institucionais, criticaram o atual modelo de promoção em vigência na administração federal, especialmente na AGU, e afirmaram que o atual modelo precisa ser reformulado. Veja a matéria abaixo:
Engessadas, carreiras públicas querem mudar
DE SÃO PAULO
Três órgãos entre os mais procurados por concurseiros planejam reformular o plano de carreira: Receita Federal, Polícia Federal e AGU (Advocacia-Geral da União).
A ideia é tornar o serviço público mais atrativo para iniciantes. Mas ainda não há prazo de implementação de alterações, que dependem de aprovação no Congresso.
Hoje há dificuldade de promoção e desenvolvimento -o que torna o ingresso menos interessante e incentiva o abandono de um novo posto, segundo especialistas.
Advogados e procuradores da AGU, por exemplo, têm de esperar que outros se aposentem para serem promovidos.
A proposta hoje em discussão sugere progressão automática, independentemente do número de vagas.
“Engessado” é como Luis Carlos Palacios, presidente da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil, define o profissional que chega à carreira. Quem passa em concurso “não observa possibilidades de crescimento”.
O procurador federal Gustavo Leonardo Maia, 28, que ingressou na função em 2007, afirma ter a mesma percepção. Hoje é coordenador de tribunais superiores da Procuradoria Regional Federal. “[Serei] promovido só em três ou quatro anos”, destaca.
CONCURSEIROS PROFISSIONAIS
Para a Polícia Federal, uma proposta é aumentar incentivos, especialmente para profissionais de áreas de fronteira, diz Marcos Leôncio, da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
Mais incentivos e uma padronização das carreiras seria, segundo Ernani Pimentel, diretor do curso preparatório Vestcon, uma forma de evitar “buracos na administração pública”.
Pimentel afirma que é comum entre estudantes ocupar vagas temporariamente, enquanto prestam concurso para outro órgão, sem almejar crescimento na carreira.
É o que fez Laura Lima, 24, que voltou a estudar para concurso três meses depois de passar na prova para técnico bancário da Caixa Econômica Federal, em 2009.
Um aumento no salário de R$ 1.600, explica, não a interessa. Com formação superior em sistemas de informação, Lima se prepara para o concurso de técnico do Tribunal Regional Eleitoral, que oferece remuneração maior.
Com o acréscimo, quer pagar curso e se preparar para outra seleção, dessa vez para cargo de ensino superior: auditor da Receita Federal.
A técnica bancária está entre os trabalhadores batizados pelo mercado de concurseiros profissionais -que concorrem em seleções, mesmo depois de aprovados, em busca de melhor salário.
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