Mais de 86% consideram a quantidade de servidores administrativos e estagiários
insuficiente. Com carreira de apoio mal remunerada e insuficiente, Advocacia-Geral da União carece de profissionais das mais diversas áreas.
Pesquisa de condições de trabalho realizada pela UNAFE revela que mais de 86% dos Advogados Públicos Federais participantes consideram a quantidade de servidores administrativos e estagiários insuficiente. 74,35% estimam que a quantidade de servidores administrativos disponíveis por advogado é igual ou inferior a 1. Para 87,01%, a quantidade de estagiários disponíveis por advogado é igual ou inferior a 1. Pouco mais de 6% informam não dispor de servidores de apoio ou estagiários em suas unidades.
Por conta dessa realidade, os Advogados Públicos Federais, em sua maioria, são obrigados a dividir seu tempo entre as atividades fins da instituição e a execução de tarefas de apoio administrativo como organização de documentos e arquivos, postagem e protocolo de peças, reprografia, atendimento ao público etc. Há um claro desperdício de recursos
públicos, pois tais tarefas poderiam ser melhor executadas por servidores de
apoio e estagiários com economia de recursos financeiros e maior eficiência.
Em relação à avaliação qualitativa dos recursos humanos de apoio, 83% avaliam haver alta rotatividade e/ou necessidade de melhor qualificação dos servidores administrativos e estagiários. O diagnóstico mostra que há carência de recursos humanos nas mais diversas áreas de conhecimento, na seguinte ordem de prioridade: 1. Direito (81,49%), 2.
Secretariado (79,80%), 3. Administração (76,95%), 4. Contabilidade (74,68%), 5.
Informática, Computação, Tecnologia da Informação (66,88%), 6. Economia (43,51%)
e 7. Engenharia (41,56%).
Projeto ainda em tramitação no Executivo prevê a reestruturação da carreira de apoio administrativo da AGU, porém não há perspectiva de definição de prazo para a implementação nem tampouco de valores de remuneração, principal ponto que impõe a fuga de recursos humanos qualificados e a alta rotatividade nessa carreira atualmente. O mesmo acontece com o quadro de estagiários que são remunerados com bolsa que representa menos da metade daquela paga por instituições como o Ministério Público Federal, por exemplo. A perspectiva é de que sejam eliminadas essas disparidades injustificáveis entre servidores e estagiários que executam tarefas semelhantes e são remunerados pelo mesmo ente federativo, a União Federal, embora trabalhem em órgãos
distintos de sua estrutura administrativa.