Divisão de tarefas, demora na tomada de decisões, realização de reuniões, abertura para conhecimento de demandas, dentre outros aspectos são destacados como deficiências na gestão das unidades administrativas da AGU.
Pesquisa de condições de trabalho realizada pela UNAFE inquiriu os Advogados Públicos Federais sobre aspetos da gestão/administração das unidades de serviço que careceriam de melhora. Destacaram-se os aspectos a seguir, ordenadas pelo percentual de respostas que os apontavam como deficientes: 1. Critérios para divisão de tarefas jurídicas (42,21%); 2. Demora na tomada de decisões (40,91%); 3. Realização periódica de reuniões (40,26%); 4. Abertura para conhecimento de demandas e necessidades (39,94%); 5. Acatamento de sugestões e atendimento de demandas (39,61%); 6. Informação sobre o fundamento e conteúdo das decisões (39,29%); 7. Democratização dos processos de tomada de decisões (37,34%); 8. Critérios para divisão de tarefas de gestão administrativa: 36,69%.
Os índices obtidos podem ser considerados muito elevados pois, segundo estimativas, aproximadamente 20% dos membros das carreiras da AGU ocupam algum cargo ou função de chefia e 23,7% dos participantes da pesquisa vêm de unidade com menos de 3 advogados públicos. Para esse universo os aspectos de gestão mencionados tendem naturalmente a ser menos problemáticos ou indiferentes.
O diagnóstico mostra elevados índices de insatisfação com os aspectos de gestão e administração pesquisados, com destaque para a questão da divisão de tarefas jurídicas que figura em primeiro lugar. Problemas como a falta de um regimento interno que fixe claramente as competências dos órgãos e seus membros e confira uma disciplina orgânica às atividades da AGU, previsto no art. 45 da Lei Complementar n. 73/93 e até hoje não publicado; a necessidade de uma nova Lei Complementar para a Advocacia Pública Federal, cujo projeto ainda não foi encaminhado ao Congresso Nacional; a inexistência de critérios que privilegiem o mérito dos servidores para indicação de chefias e a ausência de processos de avaliação do desempenho dessas chefias podem ser apontados como algumas das causas do cenário retratado no diagnóstico.