Motivada pelo Dezembro Vermelho, iniciativa de conscientização e mobilização contra o preconceito às pessoas que vivem com HIV, a ANAFE promoveu na sexta-feira (10), a live “Luta contra Aids – avanços e desafios”. O evento foi transmitido pelo canal da TV ANAFE no YouTube e está disponível no link https://bit.ly/3m3fIeK.
Uma pesquisa lançada pelo Ministério da Saúde mostrou que atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmite o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.
O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. No entanto, a doença ainda é cercada por muitos preconceitos.
A convite da Associação, a Infectologista do Hospital Pedro Ernesto (UERJ) e Rede Dor, Thelma Flosi Gola, falou sobre o assunto. Os debatedores foram Manuela Mehl e Antonio Pedro Ferreira da Silva, integrantes da Comissão de Diversidade da ANAFE.
Com um papo leve e descontraído, Dra. Thelma explicou os avanços da medicina no tratamento dos pacientes que têm o vírus HIV. “Pode fazer tudo, viajar, ter filho, morar fora do país. O que precisa é ter disciplina, seguir o tratamento, tomar a medicação corretamente e usar camisinha. De resto, é vida absolutamente normal”, explicou. E completou dizendo que o objetivo do tratamento é deixar a carga viral indetectável, tendo em vista que os remédios matam uma grande quantidade de vírus no organismo do paciente.
Antonio questionou sobre a capacidade laboral das pessoas com HIV e Thelma respondeu. “Uma pessoa com HIV não necessariamente desenvolve a Aids. A depender do quadro da doença, o paciente pode ter sua capacidade de trabalhar afetada, em função da baixa imunidade e das outras doenças oportunistas, inclusive com a possibilidade de ficar incapacitado para o resto da vida. São casos em que, ou o paciente descobriu e começou o tratamento tarde demais e não foi possível trazê-lo para uma qualidade de vida melhor, ou que abandonaram o tratamento por algum motivo”, detalhou.
Manuela também colaborou com a leitura das perguntas e compartilhou um questionamento sobre o impacto do trabalho da AGU na quebra de patentes de medicações voltadas para os pacientes de Aids e outras IST. “É incrível saber que no Brasil somos capazes de produzir medicamentos importantes que, com a quebra da patente, podem ser mais acessível a uma parcela maior da população”.
SOBRE A PALESTRANTE
Formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Thelma Flosi Gola é Infectologista do Hospital Pedro Ernesto (UERJ) e Rede Dor e Mestre em Medicina Tropical pela Fiocruz.