As entidades que compõem a Frente da Campanha Salarial Conjunta, todas representantes de carreiras típicas de Estado, manifestam sua indignação frente às declarações do governo, mais especificamente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, expressas em matéria do jornal Correio Braziliense, desta sexta-feira, 2 de dezembro, intitulada “Reajuste para servidor abala a economia, avisa Mantega”.
A manchete soa como uma ameaça aos servidores e os coloca na posição de vilões, como se toda a responsabilidade pelas supostas dificuldades econômicas do governo tivesse origem no funcionalismo público federal. Ao atribuir a culpa ao funcionalismo público, o Ministro parece ignorar que as contas públicas nacionais têm padecido, sobretudo, com o inchaço da estrutura administrativa causado pelo excessivo quadro de ministérios e cargos comissionados, bem como pelos milionários contratos de terceirização de serviços e mão-de-obra.
As categorias lembram também que os danos causados pela corrupção e desperdício público, no entanto, são os que de longe mais oneram a estrutura governamental e a população brasileira. Afinal, segundo estimativas recentes, o custo da corrupção no Brasil pode superar os R$ 50 bilhões ao ano.
Um Estado que não reconhece a importância estratégica de seus servidores e propõe um tratamento diferenciado entre as carreiras está fadado à estagnação e ao insucesso de suas políticas públicas.
Nesse quadro, responsabilizar o funcionalismo público pelas dificuldades econômicas soa falso e retrógrado, segundo as categorias. A declaração do ministro vai ainda de encontro às análises da situação econômica do Brasil perante a crise mundial. Seria ingenuidade ou má fé? Um governo que afirma não poder conceder reajustes a uns deve ser coerente e aplicar a mesma política para todos, e não eleger alguns em detrimento de outros.
As entidades continuarão mobilizadas na luta pelo reconhecimento e valorização do serviço público pelo Governo Federal.
Entidades que integram o Movimento:
ABPC- Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística
ADEPOL/DF- Associação dos Delegados de Polícia do Brasil/DF
ADPF – Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
ANAFIC- Associação Nacional dos Auditores Federais de Controle Interno
ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
APCF – Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais
Fenadepol- Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
SINAIT – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho
SINDEPO/DF- Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal
Sindifisco Nacional – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
SINPOL/DF- Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal
UNAFE – União dos Advogados Federais Públicos do Brasil