O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, classificou a corrupção brasileira como um "problema endêmico e permanente". Adams também defendeu o papel da sociedade como fiscal da gestão dos agentes públicos. "Cabe ao Estado e aos cidadãos exercerem a vigilância e o controle permanente contra essa patologia", afirmou Adams, no programa Bom dia, ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação.
Adams disse que o problema da corrupção não é só brasileiro, porém, destacou que o País passa por um processo de "renovação". Sobre a situação política no Distrito Federal, agravada com a prisão do governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido), o ministro explicou que, se for decretada a intervenção pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a unidade federativa perderá autonomia administrativa.
"Com a intervenção, a União intervém no estado retirando a sua autonomia administrativa para preservar o respeito dos princípios democráticos previstos em lei. Para isso, o Supremo Tribunal Federal identifica a causa para a intervenção, o presidente (da República, Luiz Inácio Lula da Silva) designa o interventor e estipula os prazos", explicou o ministro.
LEGISLATIVO. Segundo Luís Inácio Adams, a situação mais complicada seria no âmbito do Legislativo local. "Para isso, não existem precedentes, pode ocorrer desde a substituição da presidência da Casa como a própria substituição da Câmara Legislativa pelo Congresso Nacional", completou.
Ex-procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Adams tomou posse na Advocacia-Geral da União em 23 de outubro do ano passado. Procurador da Fazenda Nacional desde 1993, ele chegou à chefia da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em 2006. A atuação à frente do órgão o credenciou para chegar ao cargo de ministro da AGU.
Bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com especialização na área pela Universidade Federal de Santa Catarina, Adams é o primeiro advogado público de carreira a chefiar a AGU. Antes de assumir a PGFN, ele foi secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento.
Fonte: Agência Estado/Jornal do Comércio
Data: 01/03/2010