O evento, que ocorreu nessa terça-feira (15), foi a primeira live realizada pela Comissão da Mulher ANAFE.
Palestra on-line realizado pela Comissão da Mulher em parceria com o Centros de Estudos da ANAFE nessa terça-feira (15), contou com a presença de especialistas de peso para uma conversa sobre a “Escuta empática e comunicação não-violenta”: a treinadora comportamental Kaká Rodrigues e o Advogado da União, especialista em neurociência e comportamento, Denis Moreira.
“Quando se fala em escuta empática, é importante não esquecer que todos nós somos aprendizes. Todo e qualquer debate deve começar por uma contextualização: nosso contexto é a pandemia, que trouxe alguns sentimentos comuns, mas que agora se mostram de forma mais impactante. Envolvidos por esses sentimentos, eles podem ser o motivo de falar agressivas e não empáticas”, pontuou Denis Moreira. Para ele, o tema vem da necessidade de reaprendermos a falar e a escutar, existente desde antes do contexto da COVID-19.
Moreira ressaltou que uma conexão violenta é pautada em exigências e julgamentos. “Pesquisas apontam que pessoas que têm a capacidade de manter relações saudáveis são mais felizes. Falarmos em uma comunicação mais empática e não violenta é essencial para fomentarmos boas relações. A empatia se faz ponto principal de todo esse processo.”
Para a treinadora comportamental, Kaká Rodrigues, o processo de ouvir se aprofunda ainda mais quando a empatia é incluída na escuta. “Um dos nossos grandes desafios é o da comunicação. Enquanto não conseguimos desenvolver essa habilidade de maneira empática, como foi dito pelo Denis, vivemos ‘aos trancos’ nos nossos relacionamentos” afirmou.
De acordo com os especialistas, a comunicação não violenta tem como propósito gerar conexões verdadeiras e profundas e fazer uma transformação sistêmica que colabore para melhorar a vida de todos. “Aprendemos por meio da nossa cultura ocidental a ter rotinas de autocuidado direcionadas ao corpo físico, abandonando dimensões do emocional, mental e espiritual. A reatividade é um sintoma que não estamos cuidando de nós mesmos de forma holística. O primeiro passo para a prática da comunicação não violenta é a autocompaixão: se reajo ao que outro faz, é porque dentro de mim algo não está certo”, ressaltou Kaká.
Na ocasião, a especialista ainda deu dicas de como começar a praticar a comunicação não violenta. “Precisamos fazer um mergulho de olhar para dentro e trabalhar nossos estados de presença. Uma boa dica é fazer um diário do que aconteceu durante o dia e como essas ações mobilizaram os sentimentos. Quais foram as minhas necessidades que ficaram desatendidas? Isso nos traz consciência e, a partir disso, conseguimos mudar da reatividade para a escolha consciente”, finalizou.
“Ouvir a fala de especialistas nos mostra como é difícil mudar a chave e essa visão de justo ou injusto, certo ou errado. Mudar a forma como reagimos com as coisas não é só uma questão minha, mas de toda minha ancestralidade e de como o meu cérebro se desenvolveu. Precisamos nos reprogramar”, acrescentou Susana Lucini, Advogada Pública, mediadora do evento e integrante da Comissão da Mulher da ANAFE.
Herta Rani, também mediadora e coordenadora da Comissão da Mulher da ANAFE, reforçou ainda o convite aos interessados em participar da Comissão da Mulher e as propostas de ações para o futuro, dentre elas a criação de um clube de leitura sobre livros da literatura brasileira e internacional e o lançamento de um questionário para ouvir as necessidades de todas as associadas na ANAFE. Além disso, durante o evento ressaltou a importância de olharmos e respeitarmos nossos sentimentos: “É essencial aprendermos a ler os sentimentos e necessidades não só nossos, como dos outros, para seguir com essa comunicação não violenta.”
Você sabia?
A Comunicação Não Violenta é um processo de pesquisa desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que defende que em qualquer tipo de relação predomine a comunicação eficaz e empática. É uma forma de comunicação que se baseia em estarmos conscientes das nossas necessidades e dos outros, com a finalidade de se conectar em profundidade, falando sem machucar e escutar sem se ofender.
Confira o evento completo em: