Na última live da programação para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a representação Estadual da ANAFE na Bahia convidou a Terapeuta Transpessoal Sistêmica Danielle Arjones para falar sobre o tema “A adoção do home office para as mulheres, durante a pandemia: desafios e soluções”, nessa quarta-feira (17).
Arjones abordou diversos pontos relacionados à rotina adotada pelas mulheres com a pandemia. Segundo ela, as mulheres estão chegando à exaustão extrema, por se manterem vigilantes por muito mais tempo que antes. “Temos que tentar focar mais na nossa saúde mental, até porque as grandes cuidadoras são as que adoecem primeiro. Se preocupam tanto com tudo e todos e acabam não se cuidando”, afirmou.
A representante estadual da ANAFE/BA Amanda Dourado lembrou que esse estado de alerta constante tem afetado também o sono, que não tem sido reparador para a maioria das pessoas.
Nesse sentido, Arjones afirmou que as pessoas estão exaustas mental e fisicamente. “O home office, que por muito tempo foi o sonho de muitos, acabou afetando na qualidade de vida. As pessoas não delimitam horário de trabalho, a função de casa sobrecarrega, as mães estão trabalhando online e tendo que conviver com o homeschooling. Precisamos dar conta de mil coisas em casa e a falta da rotina também nos afeta demais mentalmente”.
A terapeuta sugeriu que, para quem tem a possiblidade, se vá ao local de trabalho ao menos duas vezes na semana para que se comece novamente a se adaptar à rotina, que, segundo ela, faz falta e pode gerar ansiedade.
A coordenadora da Carreira de Procurador Federal da ANAFE Caroline Sena Cova salientou que sempre foi entusiasta do teletrabalho, que, segundo ela, tem muitas vantagens. “A grande vantagem do teletrabalho é a liberdade. Por exemplo, você pode escolher a hora do dia que vai trabalhar e de onde trabalhar. A pandemia tirou justamente isso de nós, perdemos a liberdade. Estar em casa trabalhando deixou de ser escolha e se tornou exaustivo”, analisou.
“A somatória de coisas que fomos obrigadas a assumir, como serviço doméstico, acompanhamento das aulas dos filhos etc. tem deixado as mulheres exaustas. Por isso, temos que perceber nossos limites e tirar um momento do dia para nós mesmas, pois a sobrecarga é contra produtiva e acabamos não rendendo em nada”, ressaltou a terapeuta.
A representante estadual da ANAFE/BA Thaís Nogueira analisou que, na AGU, a pandemia trouxe um acúmulo muito grande de trabalho, com uma distribuição de mais ou menos o dobro de processos nos meses de abril e maio de 2020. “Essa sobrecarga de trabalho associada à realidade de demandas domésticas e escolares dos filhos tornou-se enlouquecedora. A ansiedade e o trabalho aumentaram e comecei a sentir sintomas físicos. Por isso, tive que buscar ajuda médica”, disse.
Além desses temas, a terapeuta abordou as melhores formas de lidar com as demandas dos filhos, a questão financeira, a necessidade de descanso, entre outros assuntos. Segundo ela, a atividade física, se possível em contato com a natureza e no sol, é uma importante aliada para manter a saúde física e mental neste período
MÊS DA MULHER
A ANAFE realizou uma programação especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Ao longo do mês, foram realizadas lives com as temáticas: “As mulheres e as várias formas de violência”; “Quando protegemos uma mulher, salvamos todas nós”; “Gênero e Raça no Sistema de Justiça”; “Ser Mulher Hoje”; e Roda de conversa “Cabem quantas mulheres em uma? O que a pandemia nos ensinou. Também foi realizada a instauração da Comissão da Mulher da ANAFE.
Todas estão disponíveis no canal TV ANAFE, no Youtube.