Dirigentes das entidades representativas do Serviço Público Federal aumentaram a pressão sobre o Governo para conseguir ampliar o diálogo nas negociações salariais. Em julho deste ano, cerca de três mil funcionários públicos promoveram grande manifestação que parou a Esplanada dos Ministérios em Brasília.
Veja abaixo a íntegra da matéria publicada na ocasião:
Os Dirigentes e associados da UNAFE, Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal e ANADEF, integraram hoje, 26, mais um grande Ato Público promovido em conjunto com Delegados e Peritos da Polícia Federal, Oficiais da Inteligência, Auditores da Receita Federal e do Trabalho, Servidores do Ministério das Relações Exteriores, Ciclo de Gestão, Núcleo Financeiro e Agências Reguladoras em frente ao prédio do Ministério do Planejamento, em Brasília.
Cerca de 3 mil pessoas integraram a mobilização que parou a Esplanada dos Ministérios e contou no seu final com a participação também das Forças de Segurança Pública do Distrito Federal, gerando cerca de 4km de congestionamento. A imprensa deu ampla cobertura para a mobilização.
Os Dirigentes das entidades mobilizadas endureceram os discursos contra a ausência de diálogo e propostas reais do Governo em relação à negociação salarial das carreiras, que embora corram em mesas separadas, vem recebendo o mesmo tratamento de descaso do Governo Federal.
Os representantes das carreiras da Auditoria da Receita Federal e dos Delegados da Polícia Federal fizeram questão de afirmar em suas falas, que neste momento o Governo poderá usar de táticas para separar as carreiras, inclusive, divulgando a concessão de reajustes para carreiras isoladas, a fim de gerar especulações. Porém, destacaram que o momento é de união e que nenhum tratamento remuneratório diferenciado foi oferecido para aquelas carreiras.
Os Dirigentes das entidades da Advocacia e Defensoria Públicas Federais alertaram em suas falas sobre a paralisação de algumas atividades por meio de operação-padrão dos Advogados e Defensores Públicos Federais e enfatizaram a insatisfação dos membros com o atual quadro vivenciado nas Instituições.
Os representantes dos Advogados e Defensores Públicos Federais reforçaram que após dois anos de negociações salariais infrutíferas com o Governo Federal, as bases estão sendo empurradas para a greve e que não temerão usar de paralisações gerais de suas atividades para obter do Governo o reconhecimento salarial da importância de suas atribuições.
Outro ponto abordado no discurso pelos representantes das carreiras jurídicas federais, foi a postura dúbia do Governo em relação ao que determina a Constituição Federal, pois para estabelecer a nova Previdência Complementar para o Serviço Público, o discurso do Governo foi o cumprimento da Constituição, porém o mesmo Governo ignora a determinação constitucional de revisão geral anual dos subsídios.
Os demais representantes classistas e sindicais enfatizaram em suas manifestações que a postura de ignorar as reivindicações das categorias, que negociam em mesas separadas, está sendo mantida pelo Governo e enfatizaram que o momento é de radicalização para que a Presidente da República reconheça o trabalho desempenhado pelas carreiras que têm papel estratégico para o funcionamento do Estado.
Novas mobilizações conjuntas já estão sendo programadas pelas entidades e serão divulgadas de acordo com as reuniões entre os Dirigentes associativos e sindicais das carreiras que buscam em conjunto melhores condições de trabalho.