As entidades representativas da Advocacia e Defensoria Públicas Federais, das Auditorias- Fiscais da Receita Federal e do Trabalho, dos Delegados e Peritos da Polícia Federal, do Ciclo de Gestão e do Núcleo Financeiro, das Agências Reguladoras e de Relações Exteriores, ante o descaso do Governo Federal, se uniu hoje, 25, no MPOG, para uma etapa decisiva da campanha salarial de 2013. O grupo decidiu se reunir com o Executivo em conjunto para fortalecer a rejeição à proposta única de 15,8% até 2015 e fortalecer o apoio à uma contraproposta de 24% para o mesmo período.
A Advocacia Pública Federal foi representada por todos os dirigentes das entidades filiadas ao Forvm Nacional da Advocacia Pública Federal: Allan Titonelli e João Soares (Sinprofaz), Dirluce Sarges (Anpprev), Thiago Melo (Apbc); Joana D’arc de Melo (Anajur) e Rogério Filomeno (Anpaf). Também participaram os dirigentes da Anauni (Marcos Luiz Silva e Ciro Miranda), da UNAFE (Luís Carlos Palácios e Gustavo Maia) e Anadef (Séfora Azevedo).
A reunião começou com a exposição do representante dos Auditores da Receita e do Trabalho, que afirmou que a categoria rejeitou terminantemente a proposta de 15,8%, acrescentando que todas as categorias, inclusive a Advocacia e Defensoria Públicas Federais, que colocaram em deliberação das suas bases a proposta, também rejeitaram. O Grupo reclamou do tratamento desrespeitoso que o Governo vem dando às negociações, muito embora os servidores públicos tenham sido o braço de apoio da gestão petista. A categoria ainda externou que, caso não haja acordo neste ano, os profissionais não serão compreensivos em relação às demandas do governo em 2013.
Em conjunto, a Advocacia Pública Federal e a Defensoria Pública Federal também se opuseram à proposta governamental. “Já tivemos cerca de seis reuniões, e só na última teve proposta do Governo. Precisamos de margem para propostas e chegar em um denominador comum, porque o tratamento do Governo de descaso com o servidor, colocar para a mídia que estamos atravancando o processo de negociação, é inverossímil”, ressaltaram os representantes.
Os profissionais ainda lembraram que a negociação se arrasta desde 2009 sem medidas mais enérgicas das carreiras, e que o Governo se aproveitou disso para postergar prazos e decisões. “Essa é uma estratégia do Governo para deixar para o último minuto, para nos colocar contra a opinião publica”, criticaram os representantes, lembrando, ainda, que questões específicas de cada carreira devem ser tratadas em mesas separadas.
Os profissionais do Ciclo de Gestão reforçaram a rejeição à proposta governamental, e apresentaram contraproposta de reajuste de 25% até 2015 – 6% em janeiro de 2013; 8% em janeiro de 2014; e 10% em janeiro de 2015. Destacou-se que, embora a proposta tenha sido trazida pela categoria, já foi discutida informalmente com outras carreiras e tem grandes chances de ser a saída para o impasse salarial.
Por fim, os profissionais da Polícia Federal também aderiram à rejeição sobre a proposta de 15,8% e cobraram coerência do Governo na negociação com o Judiciário. A categoria também rechaçou a falta de diálogo com o governo e pediu uma regulamentação justa do direito de greve do servidor público.
O último a falar foi o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça, que negou que o Governo esteja “satanizando” o serviço público. “Não temos interesse de satanizar, isso não é uma vitória, ninguém vai ganhar ou perder”, disse, embora admitindo o conflito instalado entre o Executivo e as carreiras.
O Secretário reafirmou que o governo, até o momento, não tem margem para negociação, mas prometeu analisar a proposta de 24%. “Vamos fazer um esforço aqui, eu e minha bancada, que eu quase não estou autorizado a fazer isso. Mas os negociadores sempre têm aquela inclinação de achar que podem chegar lá. Diante da situação que está colocada aqui, com números, a gente faz um ultimo esforço”, disse Mendonça.
O Secretário garantiu que o Governo apresentará sua resposta final até a noite de segunda-feira, 27, sem descartar as negociações póstumas para atender às especificidades de cada carreira. Também informou que a proposta apresentada para o Judiciário foi a mesma, de 15,8%, mas que o governo não tem poder de definir a questão, que é de responsabilidade do Congresso Nacional.