Novo Diretor-Geral da UNAFE, Luis Carlos Palácios, em seu discurso de posse criticou duramente a opinião do presidente da Associação dos Juízes Federais, Gabriel Wedy, que reprovou as PECs 452 e 443, ao dizer que “disvirtuam o papel da advocacia pública” e de que seria importante “fazer distinção entre juiz, agente político e advogado”.
Segundo Luis Carlos Palácios, a falta de entendimento de que a Justiça é maior que o Poder Judiciário é um dos maiores obstáculos enfrentados, hoje, pela Advocacia Pública Federal.
“As recentes manifestações do Presidente da Associação dos Juízes Federais ilustram bem o tipo de obstáculo que enfrentaremos nessa caminhada.
Essas declarações, a par do desconhecimento e do espírito preconceituoso que as animam, atestam o desequilíbrio hoje existente entre os pilares da Justiça.
A Justiça é maior do que o Poder Judiciário!
Já nas primeiras lições de Direito aprendemos que a Justiça é o resultado do trabalho harmônico de juízes, promotores e advogados.
Por isso, temos a plena convicção de que o desequilíbrio entre esses pilares compromete sobremaneira a prestação jurisdicional e ameaça ruir o próprio Estado Democrático de Direito.
É preciso lembrar que o nosso país há muito se proclamou uma República;
E em uma República não existem castas de pessoas superiores merecedoras de privilégios, porque nenhum cidadão é melhor que os outros.
Ninguém aqui quer ser melhor do que juiz!
O que nós buscamos com a aprovação das PECs 452 e 443 é apenas dar concretude ao fim último do constituinte originário de nivelar a magistratura e as funções essenciais à Justiça, entre as quais está a Advocacia Pública, a fim de permitir a plena realização da Justiça.
Mas a oposição as nossas pretensões não vai nos abalar!
Ao contrário!
Essa contrariedade nos anima, porque reforça a nossa certeza sobre a retidão dos nossos propósitos.
Bem sabemos que uma pretensão é tão mais legítima quanto maior for o grau de resistência a ela”.