Duvanier apresentou então o que chamou de "proposta política", consistente na manifestação pública das entidades do intuito de renegociar o acordo e na suspensão, ainda que temporária, da greve. Mais uma vez, o secretário insistiu que a deflagração de greve criava um ambiente pouco propício para a negociação, afirmando, de forma contraditória, que tais fatores não seriam condicionantes para a negociação, mas sem apresentar qualquer proposta concreta.
O Forum, após diversos apelos dirigidos ao representante do Ministério do Planejamento para que fosse apresentada uma proposta efetiva ou ao menos seus balizamentos, questionou ao secretário se seria possível assegurar à base ao menos que os valores previstos no termo de compromisso seriam mantidos. Duvanier respondeu que não estava autorizado a fazer esse compromisso, e que a renegociação poderia abranger prazos e valores.
O representante da Ordem dos Advogados do Brasil presente à reunião registrou a disposição da categoria para o diálogo, assinalando ainda que a realidade que presenciava ali era bem diferente da vista nos estados, onde os advogados públicos são efetivamente valorizados pelos Governantes, merecendo tratamento similar ao dado aos membros do Ministério Público e da Magistratura. Não obstante, a reunião foi encerrada sem qualquer avanço significativo e sem nem mesmo a designação de nova data para reunião.
A postura temerária do Governo Federal, que insiste em ignorar uma greve que já passa dos oitenta dias, não obstante os inúmeros prejuízos que ela já tem causado (o que foi confirmado por diversos parlamentares na última semana), impõe a radicalização imediata do movimento grevista. A UNAFE reforça, pois, a necessidade de entrega imediata de todos os cargos de chefia, bem como renova a convocação de todos os Advogados Públicos Federais para a caravana do dia 14 a 18 de abril, convergindo os esforços para a paralisação de toda a atividade consultiva de caráter não emergencial ainda realizada em Brasília, com reflexos imediatos para o Governo Federal.